Quando possuímos algo valioso a nossa tendência é guardá-la com zelo, com todo o cuidado necessário para que ela não se perca. A nossa salvação é o nosso maior tesouro, devemos conservá-la para que nada venha roubá-la de nós, se não “como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação” (Hb 2.3).
 
                   No antigo testamento toda palavra de juízo pronunciada pelos anjos foi cumprida, foi assim na destruição de Sodoma e Gomorra. Se a palavra dos anjos permaneceu firme, quanto mais devemos ter um santo temor pela palavra de Deus. Quando o crente começa a ignorar as advertências bíblicas sobre viver em santidade, fugir do pecado, manter-se alerta ante à volta de Cristo ele demonstra a sua negligência em zelar por sua salvação. 
Na verdade a salvação é um ato gracioso da parte de Cristo, mas o crente tem a responsabilidade de zelar por ela “Assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12b). Assim como o nosso corpo necessita de alimentos, a nossa vida espiritual precisa ser alimentada. A nossa completa salvação depende do nosso viver diário, se estamos nos alimentando com o maná celestial ou com os manjares desse mundo. Para que continuemos firmes até o fim faz-se essencial escolhermos aquilo que realmente é valioso e não as futilidades que o mundo oferece.
 
                 Como o crente pode perder a salvação? primeiro ele começa a ignorar a palavra de Deus. Foi assim com Saul, a ordem de Deus era que ele matasse todos os amalequitas e todos os seus animais, porém ele desobedeceu (1Sm 15.1-9). Ele se esquece do perdão dos seus pecados, não compreende mais a importância do sacrifício de Cristo “pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido a purificação dos seus antigos pecados. (2Pe 1.9). Depois o crente começa  a deixar a incredulidade dominar o seu coração, não acredita nas manifestações do espírito santo, ignora a voz do espírito santo que o chama ao arrependimento, acabando por fim morrendo espiritualmente. Perde a alegria da salvação e acha que tudo está bem que ele ainda está em comunhão com Deus, foi o que aconteceu com Sansão “E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele.” (Jz 16.20).
 
                     A salvação não é um ato único ocorrido no passado, ela deve ser preservada pelo crente sob pena de perdê-la, logo é errônea a afirmação de que “uma vez salvo, sempre será salvo.” Devemos zelar por ela, assim como zelamos por algo que é precioso para nós.